31.8.10

Um bric à brac chiquérrimo no Leblon: Poeira

por Antonella Kann

Poeira: nome sugestivo, criativo, eclético, como a própria butique. Que se define sozinha como um ambiente bric-à-brac de luxo, chiquérrimo. Porque voce vai encontrar desde peças de designers e artistas plásticos a objetos reciclados como um tronco de árvore que virou banquinho. Um luxo na esquina da rua com o metro quadrado mais descolado do Leblon, a Dias Ferreira, esquina da Venâncio Flores.



A designer de interiores Mônica Penaguião chegou de Lisboa ( e dos arredores do mundo) para fixar residencia no Rio de Janeiro, embora já tivesse pouso certo aqui há muitos anos. Porém, só há oito meses inaugurou a sua loja, um pequeno espaço despretensioso e por isso mesmo aconchegante e atraente.




Almofadas coloridas, móveis com apliques pintados à mão, design... Garimpando objetos e inventando moda para “redecorar” o que descobre, Mônica inovou na arte de decorar um ambiente. Não importa se é um banheiro, uma sala de estar ou um cantinho íntimo da casa.


Não faltam idéias e muito menos ousadia na visão desta designer sorridente, apaixonada pela cidade e pelo modo de viver à la carioca. Original, inusitado, único. Esta é a filosofia implantada tanto na loja carioca quanto na filial lusitana. Aliás, filial é a daqui, para ser mais exata. E cada dia muda o visual da vitrine, o ambiente se adapta às novas aquisições e é tão surpreendente e mutável quanto o tempo no Rio.


De passantes a celebridades, passa pela Poeira uma clientela tão eclética quanto os objetos à venda. Porque voce pode encontrar móveis, velas, fotografias, gravuras, toalhas de praia, utensílios, obras assinadas por artistas plásticos, almofadas, tecidos e mais um sem número de coisas. E´ o espírito de bric-à-brac.




Nem que seja para dar uma conferida, vale a pena dar um pulinho na Poeira, porque mesmo sem algo especifico em mente para comprar, voce vai acabar sucumbindo à tentação. Eu, por acaso , achei genial a iniciativa de Mônica transformar umas peças de enfeite de festa em ... bolsas de praia, que estão ilustrada na foto de abertura. De levar instantaneamente pra casa – ou correndo pra arrasar na areia!


POEIRA
Rua Dias Ferreira 480, Leblon
5521 25800513
Em Lisboa
Rua da Imprensa à Estrela 21 B
351 21 395 4229
www.poeiraonline.com
poeirario@poeiraonline.com



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29.8.10

O mezzogiorno do Fasano al Mare

Estive, em janeiro deste ano, no Fasano São Paulo, num jantar abaixo das minhas expectativas. Poucos meses depois, num almoço no Fasano al Mare, foi inevitável traçar um paralelo entre as duas casas, a paulista e a carioca. A todo momento, as comparações me assaltavam. Ainda que involuntariamente...

O salão do Fasano al Mare não é tão bonito e impactante como o da matriz em São Paulo. Por outro lado, é menos sisudo, mais leve, mais iluminado. De frente pra praia de Ipanema, sofre a natural influência do ambiente onde está inserido.

A cozinha é comandada por Luca Gozzani, egresso da Enoteca Pinchiorri, em Florença, um dos grandes ícones da gastronomia italiana. No cardápio, entre massas e risottos, brilham os peixes e frutos do mar. No horário de almoço, de segunda a sexta, há o mezzogiorno, fórmula que inclui entrada, prato e sobremesa por R$78,00. Fui de mezzogiorno.

No couvert, grissinis e pães. Entre eles, um pãozinho de cebola sensacional. Poderia comer quilos daquele pão.

De entrada, delicadas lulas acompanhadas de saborosos gnocchis de azeitonas pretas.

Em seguida, um bom risotto de limão com camarões, que seria ainda melhor se não tivesse vindo tão carregado no limão...

A carta de sobremesas me pareceu um tanto monótona. Merengue italiano, creme brulê, sorvete, petit gâteau. Pois bem. Entre escolhas banais, fomos surpreendidas pela maestria com que foram executados os nossos pedidos. O creme brulê de frutas vermelhas estava um veludo. E o petit gâteau, sobremesa banalizada ao extremo nos cardápios em cena por aí (e, que, em geral, me recuso a pedir), foi um dos melhores que já experimentei. Talvez, justamente, por não ser tecnicamente um petit gâteau. Era uma massa de amêndoas crocante por fora e fofíssima por dentro, recheada de um creme fumegante de chocolate branco e limão siciliano. À parte, um belo sorvete de chocolate. Nem precisava.

Antes da conta, deliciosos biscoitinhos pra acompanhar o café. Embora muitos restaurantes ignorem ou negligenciem essa etapa, considero importantíssimo o desfecho de uma refeição.

O fato é que, do couvert aos petit fours, apesar de um ou outro deslize, comi melhor aqui do que no Fasano São Paulo. Ao menos, saí com essa sensação. Seria o detalhe de ter desembolsado uma quantia, digamos, mais palatável? Ou a questão de não nutrir expectativas tão altas como as que nutria quanto à casa mãe? Ou, afinal, será que foi a proximidade do mar que fez bem ao Fasano?


Fasano al Mare – Av. Vieira Souto 80 – Ipanema
www.fasano.com.br Bookmark and Share

23.8.10

Noite de biking pela orla do Rio no último dia de agosto


por Antonella Kann
No dia 31 vamos torcer pro tempo ficar firme porque quem gosta de bicicleta vai adorar este programa: pedalar pela orla do Rio, do Posto 6 em Copacabana ao Leme, ida e volta...à noite. E´ um evento que está se repetindo pela terceira vez – embora seja um remake daquelas famosas pedaladas vespertinas de terças, que tinha na época começado por acaso e depois virou programa carioca por excelência.


O objetivo é incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte, o que, vamos combinar, é uma idéia ótima. Salvo alguns percalços pelo caminho, como os ignóbeis engarrafamentos a qualquer momento do dia, a falta de respeito dos caminhões e principalmente dos ônibus a ciclistas que se aventuram fora da faixa exclusiva e assim por diante.


A Holanda e o Vietnã, apenas para citar dois exemplos, são países onde a bicicleta é o que mais se vê nas ruas. Paris, com seu projeto Vélo Lib, incrementou também o uso e hoje qualquer parisiense que se preze já utilizou este meio de transporte. Aqui no Rio, houve uma tímida (e arriscada) investida para criar um “vélo-lib” nos moldes parisienses. Óbvio que o resultado foi à la carioca, com quase todas as bikes roubadas em poucos dias. Infelizmente....Quem sabe até 2016 a cidade modifique seu perfil e poderemos então imitar nossos vizinhos mundo afora.



Porque o carioca tem uma inclinação natural pelas atividades ao ar livre e agraciado pelas ruas do Rio, cuja inclinação natural é plana, e dá pra pedalar quilometros sem encarar uma ladeira.

Então, vamos torcer pra que este meio de transporte, saudável e ecológico, consiga se implantar cada vez mais e fazer parte naturalmente do cotidiano do cidadão. Vamos dar uma força ao projeto e terça feira, dia 31, as 21 horas, programe-se para participar deste evento! Não tem como não se divertir!




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17.8.10

Casa 32: um hotel butique charmoso e exclusivo no Cosme Velho


por Antonella Kann

O Largo do Boticário é um daqueles ícones cariocas que fogem um pouco do roteiro convencional dos turistas e até mesmo dos cariocas ( e porque não dizer, das autoridades cariocas) que não dão a devida importancia ao lugar.


Porém, este minúsculo “feudo” está encravado em pleno Cosme Velho, e embora esteja a poucos metros de uma das artérias mais movimentadas do bairro e a walking distance do bondinho que leva ao Corcovado. No entanto, a impressão que dá é que voce está fora do Rio.

Mas o que existe ali? O Largo é composto de pouquíssimas casas – todas magníficas, por sinal ! - que, infelizmente estão caindo aos pedaços devido à total falta de manutenção. Embora os seus proprietários acumulem multas aplicadas pelo IPHAN ( órgão que administra os imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico ) por causa do descaso, não tomam providencias.



Uma pena...Pois os casarões refletem uma arquitetura carioca que quase já não existe mais.



Mas, nem tudo está perdido neste elo perdido do passado, cujas recordações certamente faz lacrimejar os saudosistas. Há cerca de uns cinco anos atrás, o número 32 foi adquirido por um jovem casal e passou por uma reforma. Embora a intenção fosse se desfazer do imóvel depois de renovado, mudaram de idéia e resolveram abrir um hotel butique, estilo guest house, um dos pioneiros e dos poucos que pipocaram na cidade nestes últimos tempos.



Com apenas tres amplas suítes, foi tudo na base do soft opening, para atender a hóspedes eventuais. Porém, aos poucos, a existencia deste aconchegante hotel foi caindo na boca do povo lá fora, acabou citado na bíblia dos hotéis charmosos – o Mr.&Mrs Smith - e hoje os estrangeiros formam uma clientela assídua e fiel.



A Casa 32 possui uma área verde invejável, e está cercado pela Mata Atlântica. Tem piscina e uma agradável área de lazer, onde as pessoas podem relaxar em espreguiçadeiras, debaixo de uma árvore, e ler rodeado por um jardim, o silencio e o canto dos passarinhos.



No lounge, os hóspedes tem a disposição uma enorme tela, que serve para assistir a filmes ou apresentações, e há um bar self-service onde cada um anota o seu próprio consumo. Embora senti que carece de um serviço com muitas mordomias ( não vi nenhum mordomo e nenhum atendente por perto), o ambiente , com decoração individualizada nos quartos e banheiros amplos, é propício para fazer voce se sentir em casa.




Casa 32
Largo do Boticário, Cosme Velho
www.casa32.com
casa32@casa32.com
tel. 55 21 2265 0943









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16.8.10

Sobre o chá da tarde do Copacabana Palace

Por Constance Escobar

Adoro rituais. O do chá da tarde é um dos meus favoritos. Gosto da prata, da louça, das velas e flores na mesa. E do vai e vem dos garçons trazendo a habitual sucessão de delícias que saem dos fornos sob medida pra nos aquecer a alma. Num desses dias atípicos de chuva insistente e vento frio que andaram cercando o Rio de Janeiro, não poderia haver programa melhor. O clima São Pedro providenciou. O resto deixei por conta da tradição e do glamour do Copacabana Palace. Mas... Meu chá da tarde no Copa não foi tudo o que se espera de um chá da tarde... no Copa.

Começamos com empadinhas de queijo e uns folheados que, particularmente, achei bem sem graça. Em seguida, sanduichinhos (de pepino, de salmão e de queijo com presunto, este último num mini croissant) igualmente inexpressivos.

Assim se encerrou o curso de salgados e se iniciou uma interminável sucessão de doces. Olha que ainda não conheci doçólatra mais inveterada do que eu, mas, até pra mim, foi doce de mais. Ainda que estivessem todos incríveis (e não estavam...), acho que poderia ser mais equilibrado o cardápio.

O chocolate quente era até gostoso, mas ralo, muito ralo. As viennoiseries, estas sim, vieram sem erro. Pain au chocolat sequinho e crocante. Um pãozinho de coco, também de massa folhada, delicioso.

Em seguida, ótimos scones, que não deviam muito aos bons exemplares ingleses. E tarteletes que em nada se pareciam com as melhores tarteletes francesas. E, ainda, um bom mil folhas e um brownie que não era macio nem úmido como deveria.

Por fim, uma mousse de chocolate e um suposto crumble de maçã, ambos dispensáveis.

No balanço geral, o chá é razoável. O problema é que se espera mais do que isso de um chá da tarde num lugar com a grife do Copacabana Palace. Expectativa que o preço de R$80,00 + 10% por pessoa trata de inflar bastante...


Restaurante Pérgula/Copacabana Palace – Av. Atlântica 1702 – Copacabana
www.copacabanapalace.com.br

10.8.10

Falando em comida árabe... conhecem o Baalbeck?

por Antonella Kann

Não costumo muito perambular pela Av. N.Sra de Copacabana, mas semana passada, saindo do médico, não resisti à tentação e entrei na Galeria Menescal, uma das mais antigas do bairro - e do Rio! Minhas memórias de antão me levam direto pro Baalkeck ( confesso que eu nem lembrava do nome), onde voce encontra as melhores esfihas e kibes da cidade ( na minha opinião, é claro!).


Sabe daqueles botecos que vivem cheios, as pessoas fazem fila pra pegar o talão do pedido, outras ficam encostadas no balcão esperando ser atendidas, bem estilo (simplesmente) carioca. Atrás das prateleiras de vidro voce enxerga todas as guloseimas - Charutinhos e taboule, coalhada seca....docinhos árabes regados a mel...

Baalbeck fica na Avenida Nossa Senhora de Copacanabana sem número específico, entre a Rua Santa Clara e Figueiredo Magalhães. É a lj 17 da Galeria Menescal tel. 2255 4574

2.8.10

Garage Sale – Venda em Garagem - no arco da velha, o luxo do “lixo”.

por Antonella Kann

Antiguidades, velharias, cacarecos, coisas usadas...Quem é que resiste a um brechó? O nome não é gratuito: nos Estados Unidos, todo sábado alguém está promovendo uma venda em sua garagem, se desfazendo de coisas que já não tem utilidade. Colocam tudo diante de casa, na calçada. Chama-se reciclagem, na minha opinião, muito melhor que entupir as lixeiras com montão de trecos velhos, voce vende e faz muita gente feliz.



Este é o espírito da proprietária deste brechó, localizado numa das mais tranquilas ruas do bairro do Jardim Botânico. Há 17 anos, Betty Borges abriu as portas de sua garagem – literalmente - e inaugurou um comércio que só despontava timidamente na zona sul. Os brechós eram mais pro lado da cidade, da Lapa e por aquelas bandas que nem todo mundo se aventurava.


Mas, como funciona um brechó? Na minha cabeça, é um comércio de descoberta, de impulso, transformismo e de nostalgia. Primeiro porque voce precisa sentir a história que mora em cada objeto, grande ou pequeno. Porque não tem absolutamente nada novo lá dentro. E isso é uma delícia.


Voce entra no Garage e começa a ver um montão de coisas que já tinha esquecido que existiam – lembra de como era uma vitrola ( sim, vitrola, para muitos, até mesmo o nome soa estranho!!) ? Vi uma outro dia que quase comprei. Por pouco mais de cem pratas. Pra que? Claro, servir de enfeite, decorar um ambiente, fica um chaaaaaaaaaaarme.





E olha que se voce for bem astuto, tiver um tempinho de sobra pra ficar bisbilhotando com calma, vai acabar encontrando até mesmo peças antigas e antiguidades de verdade. Posso falar de pequenas cômodas, mesinhas e porcelanas. Às vezes surgem coisas do arco da velha, no sentido literal da palavra.
O que se adquire em brechó é algo que tem vida eterna. Que muda de plumagem. Que se transforma. E´ só deixar a imaginação flutuar. E ter um pouco de criatividade.



Ah, e os pingüins de geladeira? Tinha uma coleção inteira dando bobeira encima de uma estante. Seria pra colocar encima da minha geladeira de ultima geração? Quem sabe? Ou em qualquer outro lugar bem destacado....Bugigangas de brechó sempre encontram um lugar ao sol, já reparou?

Garage Sale, Venda em Garagem
Rua J.J.Seabra 6
Jardim Botanico
Abre diariamente até 24 hs.
2512 2697